segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CAMINHANDO PELO BOSQUE


Vibrações de Luz num agradável amanhecer atravessam a janela da sala, do mesmo modo que atravessam a minha pele. A presença majestosa cheia de Harmonia Universal, faz com que sinta o movimento consciente da Vida; momentos belos os de redescobrir que não há solidão. Toda essa informação na Luz penetrando no meu interior dando vida e harmonia a milhões de seres celulares. Essa energia a circular por harmoniosos caminhos cheios de sons celestiais é distribuída dentro de mim. Aqui e Agora sinto o milagre da Vida. As vibrações de informação dão-me conselho espiritual. Agora recordo que o alimento material só tem benefícios nesta vida… Enquanto o Drama (realidade), que tu me outorgas, dá alimento nesta vida assim como em futuras.
Tal como a luminosidade é a natureza do Sol, o frio é a da água e o calor a do fogo, a natureza de Si mesmo é Existência-Consciência-Beatitude absolutas e pureza eterna. À permanente transformação da existência, a mente conceptualiza-a em termos de espaço-tempo. O existente é o que dá Vida ao fenomenal. O indivíduo é substância, o Existente é Essência, a substância é por sua vez um aspecto polar. Quantas formas iguais fluem na torrente da Vida? Assim temos: Aquele como Realidade sem imitação; os Existente como imagem reflectida (o tu) d’Aquele; e finalmente, o mundo dos nomes e das formas, o indivíduo que representa a imagem da Imagem e para Parmênides, Platão, Plotino, etc. expressa justamente o não ser.
Embora o atman não-dual seja sempre uno, infinito e absolutamente livre, os condicionamentos devidos à ignorância da própria natureza fazem com que a individualidade esteja submetida a um conjunto de leis de necessidade, causalidade e irreversibilidade que a mantêm prisioneira e a vinculam tenazmente ao futuro, mantendo-se no plano das relações.
Uma vez que a escravidão é o produto da ignorância (avidya), só pode desaparecer através do conhecimento (vidya), e não através da acção (actividade ritual, práticas psicofísicas, disciplina ética, mantra, etc.), embora esta possa constituir um elemento preliminar. Jiva é um reflexo de Atman. Jiva representa o éter encerrado no corpo (jivatman) que no difere do éter exterior (Brahman), enquanto que o corpo (veículo egoíco) constitui uma limitação aparente para o éter, de per si infinito e ilimitado. Ao suprimir a identificação com a forma-corpo, o Jiva compreende e realiza a própria essência-atman donde desaparece toda a distinção, a dualidade, etc. Sendo o Jiva um reflexo de consciência pessoal, como pessoa-forma é um fenómeno não evanescente, enquanto que como consciência é o atman em si mesmo, Realidade Absoluta.


Caminhando encontro-me com um amigo, saudamo-nos e exprime que bom é passear pelo bosque e que além disso é grátis. Há tanta felicidade no seu rosto! Eu me pergunto: porquê esse comentário de dizer grátis? Isso é o resultado de una atitude interior aprendida. Quando decidimos trabalhar por um apego material o resultado geralmente é dinheiro.
Mas, quando decidimos fazer actividades não renumeradas economicamente, as quais dão paz ao espírito, o resultado e valor acrescentado é muito superior, pelo qual convém dizer que é mais gratificante em vez de dizer grátis.
Agora me despeço amigo da Alma, já estou de saída do bosque.

OM TAT SAT
RAMALA SHIVA
santiagosier@hotmail.com